quarta-feira, 3 de setembro de 2014

V SIMELP - SIMPÓSIO 47 _ Português do Brasil: história, contatos e variedades

Temos o prazer de anunciar que estão abertas as inscrições  [até 15 de novembro de 2014] para os simpósios do V SIMELP.
Contamos com a sua participação no SIMPÓSIO 47 _ Português do Brasil: história, contatos e variedades, com coordenação de Konstanze Jungbluth [Europa-Universität Viadrina]; Layla C. Iapechino Souto [PG – Universidade do Porto]; e Mari Noeli Kiehl [UFRPE].
No sítio  www.simelp.it, encontrarão maiores informações sobre o evento e sobre as modalidades/datas de inscrição.
Divulguem e participem conosco  o/do V SIMELP e o/do Simpósio 47.
Abraços a todos/as.
As coordenadoras.

SIMPÓSIO 47 – PORTUGUÊS DO BRASIL: HISTÓRIA, CONTATOS E VARIEDADES

Coordenadores:
Kontanze Jungbluth - Europa-Universität Viadrina - jungbluth@europa-uni.de 
Layla C. Iapechino Souto - Universidade do Porto - layla2617@gmail.com 
Mari Noeli Kiehl - UFRPE - mnkiehl@uol.com.br 
RESUMO:
O pretenso monolinguismo do Brasil – com mais de 98% da população brasileira empregando o português como língua materna – mascara um passado de multilinguismo resultante dos entrechoques e do caldeamento entre o colonizador português, os índios silvícolas e campineiros e os negros africanos. Marcada por matrizes raciais e tradições culturais distintas, fortemente mestiçada e singularizada em seus traços, a sociedade e a cultura brasileiras, atadas à versão lusitana da tradição civilizatória europeia, dela diferenciaram-se por características e colorido próprios, herdados dos índios americanos e dos negros africanos [e, séculos mais tarde, da presença dos imigrantes]. Se, por um lado, nesse contexto promoveram-se os contatos culturais e linguísticos entre os grupamentos humanos formadores da sociedade brasileira, por outro, esses contatos não se revelaram suficientes, por exemplo, para a crioulização do português do Brasil – o que se deveu, sobretudo, à complexidade dessa sociedade. Reconhece-se que as análises política e social da articulação entre a língua e as formas de lutas e conflitos sociais não professam uma lógica causal, visto que a assimilação de línguas contempladas como dominantes ou o uso de variantes podem representar formas de resistência e de dominação, ou seja, da padronização de línguas nacionais emergem, incontáveis vezes, tentativas de aculturação e de assimilação de grupos sociais e, da falta de domínio da norma estabelecida, reforçam-se e instituem-se a exclusão e a discriminação sociais. Com as discussões pretendidas neste Simpósio, busca-se, pois, refletir sobre a natureza e o papel social da língua, percebendo a sua constituição e os usos vinculados a questões de cunho ideológico e às formas pelas quais são estabelecidos e confrontados – não se trata de, em resgates diacrônicos ou sincrônicos, definir a natureza de variantes e modalidades linguísticas, conferindo a uma ou a outra o estatuto de superioridade ou de legitimidade, mas sim de questionar a ocorrência do acesso à diversidade linguística e de entender, sob o enfoque das lutas e dos conflitos socioculturais, as questões em torno da constituição, dos usos e do domínio das linguagens, considerando o próprio e o não-próprio do português d[n]o Brasil. Trata-se, ainda, de, na acolhida a trabalhos que enfoquem as línguas em contato com o português d[n]o Brasil, desvelar vários brasis: o crioulo, o caboclo, o sertanejo, o caipira, o regional, o urbano e o dos imigrantes.
PALAVRAS-CHAVE: Português d[n]o Brasil; línguas em contato; variedades linguísticas; uso e norma.

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