sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Instituto de Verão do Centro de Pesquisas Margens


Período: 18 a 22 de fevereiro
Local: CL 06 - IEL
Inscrições: Secretaria de Extensão do IEL -UNICAMP
Email:  
seee@iel.unicamp.br

Resumo e objetivos do Projeto

Nos últimos anos, desde sua criação em 2009, o Centro de Pesquisa “Margens: práticas de linguagens confluências de culturas”, do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas,  tem se caracterizado pela promoção de um debate interdisciplinar entre o campo de estudos linguísticos e os campos de estudos literários e sociais. Nesse sentido, estamos propondo a vinda dos pesquisadores externos do Centro de Pesquisa para o evento Instituto de Verão do Margens. Este evento contará com um conjunto de minicursos a serem oferecidos pelos pesquisadores aos alunos de graduação e pós-graduação das humanidades e de outras áreas. As atividades do Instituto de Verão do Margens totalizarão 35 horas.

Ementas

1) As Aventuras do Sentido: Codex Seraphianus e as possibilidades extremas da linguagem
Alcebíades Diniz Miguel (UNICAMP/FAPESP)

A linguagem em seus aspectos fundamentais (como sua dupla articulação, seu caráter imotivado, etc.) tece uma rede de relações que nos envolve completamente desde antes do surgimento da consciência, marcada, de uma forma ou de outra, pela linguagem. Mas essa proximidade constante não poucas vezes nos torna cegos ao fato de que a linguagem também é uma ferramenta, um instrumento, uma tecnologia. Talvez, por isso, a tentação à hierarquização de suas formas e esquemas seja grande: a ideia de que a passagem do ideograma para a letra muitas vezes aparece, para alguns analistas, como um traço evolutivo; a fala se submete, em um esquema ascendente, à escrita nas planificações e propostas pedagógicas usuais; mesmo o signo linguístico e o signo semiológico não raro estabelecem uma relação hierarquizada. Muitas são as possíveis explicações para essa tentação, mas a reificação da linguagem, a par e passo com a objetivação do fato linguístico surgem no horizonte como possibilidades de sig
nificação da linguagem como um órgão, um ser vivo, uma possibilidade biológica, agregada ou não a nossa existência, que nasce, se desenvolve e morre ao longo de anos ou séculos. Contudo,  há abordagens que problematizam tais visões e colocam em discussão os estatutos de hierarquia e cognoscibilidade da linguagem e de seus elementos. Nosso curso propõem a análise de algumas dessas abordagens, como o Codex Seraphinianus, enciclopédia mágica e enigmática de Luigi Serafini, as propostas linguísticas de Xul Solar e Jorge Luis Borges e a noção de origem da linguagem proposta por Herder.


2) Linguagem e diferença social: aspectos literários e linguísticos
Suzi Frankl Sperber (UNICAMP) e Anna Christina Bentes (UNICAMP)

O problema do popular na linguagem; análise de textos e gêneros cotidianos e literários considerando suas inserções e reconhecimentos no campo da cultura popular a partir da perspectiva dos estudos da linguagem e dos estudos literários.


3) O drama como lugar de resistência
Sandra Luna (Professora de Teoria Literária da UFPB)
O mini-curso apresenta reflexões sobre o gênero dramático à luz de considerações teóricas e histórico-literárias que realçam, na própria forma do drama, mecanismos estéticos favorecedores de estratégias de embate, resistência, crítica social, luta política. Dentre os teóricos e pensadores a serem incluídos nessas reflexões que enquadram o drama como “lugar de resistência” destacam-se: Raymond Williams, Terry Eagleton, Arthur Miller, Bertolt Brecht, Peter Szondi, Anatol Rosenfeld, Giorgio Agamben.


4) Evolucionismo cultural e teoria da literatura: o pensamento de Antônio Candido em debate.
Anita Moraes
(Professora de Teoria Literária da UFF)


A premissa evolucionista do  pensamento de Antônio Cândido a partir da observação de textos como “Estímulos da criação literária” (Literatura e Sociedade); “O direito à literatura” (O direito à literatura e outros ensaios); a “Introdução” e os prefácios à primeira e à segunda edição da Formação da literatura brasileira; “Literatura de dois gumes” (A Educação pela noite); “Literatura e Subdesenvolvimento” (A Educação pela noite);

5) História e poesia em tensão dialética: a atualidade do realismo.
Hermengildo Bastos (Professor de Teoria Literária da UnB)

A atualidade do romance histórico a partir da visão de Lukács; no diálogo que estabelece com Aristóteles, Lukács sublinha alguns tópicos, entre eles: a contraposição história e poesia, a catarse, assim como a função central da fábula; a história contada traz em si as possibilidades de sua transformação: esta parece ser uma proposta importante para o século recém- iniciado; estará aí a atualidade do realismo?

6) O hip-hop: a poética do espaço público
Frederico Augusto Garcia Fernandes (Professor de Teoria Literária da UEL)

A inserção da poesia oral no espaço público, por meio da análise de raps produzidos, principalmente, na periferia de Londrina; a inserção da cultura hip-hop em espaços de formação de leitores: escolas e OnGs.

7) Práticas sociais e práticas de linguagem: contribuições da sociologia
Rosane Alencar (Professora de Sociologia da UFPE)
Sandoval Nonato Gomes-Santos (Professor da Faculdade de Educação da USP)
As origens filosóficas da abordagem das práticas sociais em Wittgenstein e Heidegger; o debate propriamente sociológico sobre práticas sociais e linguagem na Etnometodologia e Análise Conversacional; a contribuição de Pierre Bourdieu e de Bernard Lahire para uma sociologia das práticas sociais e, por fim, as contribuições mais atuais da Sociologia para o debate das práticas sociais e linguagem.

Nenhum comentário: