sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Boas Festas!!!



Com as palavras do poeta, que neste ano alçou voo, desejamos a todos(as) um final de ano de bons encontros e que em 2015 estejamos sempre atentos às vozes de fazer nascimentos e aos bons delírios da palavra.

No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá
onde a criança diz: Eu escuto a cor dos
passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não
funciona para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um
verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é voz de poeta, que é a voz
de fazer nascimentos —
O verbo tem que pegar delírio.
Manoel de Barros
Uma didática da invenção VII - Livro das Ignorãças

Nenhum comentário: