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20 de Agosto de 2013 - 07:00
Por MIRIAM DELGADO SENRA DUQUE Professora de português
É com muita tristeza que redijo este desabafo. É de conhecimento público que a leitura é fundamental na vida das pessoas; para as crianças, porém, é imprescindível. Não cabe ao Governo apenas colocar todas as crianças na escola, cabe a ele, sim, torná-las alfabetizadas e culturalmente melhores. Isso só acontece quando a educação formal alia-se à leitura como forma de divertimento e conhecimento, pois sabemos que a leitura permite o ingresso a mundos que, de outro modo, não seriam experimentados, que de outro modo não existiriam.
Pois bem, para espanto de todos os educadores da rede municipal de ensino de Juiz de Fora (como sabemos, cidade de nível cultural elevado, reconhecida como "Atenas Mineira"), as bibliotecas escolares foram fechadas pelo atual secretário municipal de Educação. O que o motivou não se sabe, o que sabemos é que diretores foram informados, no final do mês de julho, de que os professores que estavam nas bibliotecas deveriam voltar para a sala de aula, e, caso não houvesse alguém em desvio de função, a biblioteca ficaria fechada. A ordem foi obedecida, e as bibliotecas, fechadas.
A biblioteca da minha escola é linda: ampla, colorida e composta de um acervo ótimo! Atualmente, se recebem livros quase toda semana. E agora ficarão "descansando" em uma biblioteca, pois, mesmo que os professores tenham a curiosidade de usá-los, conhecer o acervo todo é muito difícil, pois demanda tempo, leitura e classificação; e quem trabalha em escola sabe que a dinâmica de ensinar é intensa, não sobrando tempo ao professor para mais esta tarefa.
Segundo Cesário Alvim, "ler não é obrigação, ler é um exercício de cidadania. Ler é um compromisso pessoal". Pois bem, aos professores que acreditam que a leitura transforma o aprendizado de um aluno, foi retirada mais esta ferramenta. Sem as bibliotecas abertas e dinâmicas, não formaremos leitores e nem cidadãos conscientes do seu papel. Que pena, que atraso, senhor secretário de Educação! Pensa-se em educação ou em economia?