terça-feira, 24 de julho de 2012

Assembleia da ALB - Manifestação em favor dos 10% do PIB Educação


PELA APROVAÇÃO DE 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA
CONFORME PROJETO APROVADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS


Senhor(a) Senador(a),

É de conhecimento público que, no Brasil, sexta economia do mundo, os sistemas educacionais apresentam baixa qualidade em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino e que grande parte desta realidade foi gerada por décadas de não investimento substancial, pelas esferas administrativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), em educação de qualidade para toda a população brasileira.
Embora seja preciso reconhecer que, apesar disso, sucessivos governos deram alguns passos na busca de enfrentar essa realidade, não é lícito ignorar o enorme déficit educacional que, ainda hoje, abrange a Educação Básica (educação infantil, ensinos fundamental e médio) e a Educação Superior (graduação e pós-graduação) no Brasil.
Apesar do reconhecimento internacional da importância da educação escolar para o desenvolvimento de toda e qualquer nação, é notório no país: a falta de vagas em creches, o pequeno atendimento em pré-escolas, o tempo reduzido e a precária qualidade nos ensinos fundamental e médio, assim como também é gritante a falta de vagas nas universidades públicas e a crescente disputa por cursos de pós-graduação. Ademais, não podemos continuar convivendo com a chaga social que é a existência de milhões de analfabetos e de um contingente de pessoas que sequer tiveram respeitado o direito de concluir o ensino fundamental. Ou seja, há claras demandas educacionais que precisam ser atendidas com urgência no Brasil.
Os parcos avanços e as grandes fragilidades que o país apresenta implicam novos investimentos na educação, em torno de adicionais 5% do  Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A Comissão Especial, instituída na Câmara dos Deputados para analisar o projeto de Plano Nacional de Educação do governo (PL n° 8035/2010 – PNE 2011-2020), aprovou – por unanimidade e em caráter terminativo um percentual progressivo até chegar a 10% do PIB em uma década para implementar um conjunto de políticas, com vistas a superar parte do atraso educacional do Brasil, inclusive em relação aos demais países sul-americanos, significando um grande avanço no que se refere à posição do país no cenário mundial.
Cabe lembrar que isto representa um esforço nacional, que visará a comemoração do bicentenário de nossa independência como uma efetiva República federativa, uma nação soberana, com uma população mais educada e humanizada, mais científica e informada, e parametrizada por princípios éticos com recursos adequados para sua plena realização.
Inúmeros  países há muito já empreenderam esses esforços para constituir e aprimorar seus sistemas escolares, universitários e de produção científica e tecnológica, construindo melhores condições de vida e bem estar para seus povos. Está mais do que na hora de o Brasil fazer o mesmo.
Num mundo de crescente domínio científico e tecnológico, a necessidade da formação escolar de boa qualidade e da pesquisa, tendo como objetivo central a ampliação da cidadania, a prática da solidariedade e da justiça se faz cada vez mais presente e urgente em termos sociais, ambientais e estratégicos. E trata-se de um direito de toda a população.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Comunicado do IPEA n° 124, dezembro de 2011) mostram que é possível o país investir mais em Educação. Contudo, há resistências que ameaçam tal proposta, identificando-a inclusive como “demagógica”, pois ela implica dobrar os investimentos atuais. Ao contrário, argumentamos que é necessário, possível, e é o momento de planejarmos e construirmos o Brasil de amanhã...
Pelos motivos aqui expostos, instamos os Senhores

Senadores e Senadoras a votar “SIM” aos 10% do PIB para a Educação!


São Paulo, 6 de julho de 2012
GT Educação da Adusp-S. Sind.

Campinas, 18 de julho de 2012
Assembleia  da Associação de Leitura do Brasil (ALB)      

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